
O Repositório Institucional da Universidade Federal Rural da Amazônia (RIUFRA) é um dispositivo de armazenamento e disseminação das obras intelectuais da UFRA, produzidas no âmbito das atividades de pesquisa, ensino e extensão da instituição. É composto de documentos em formato digital, provenientes das atividades desenvolvidas pelo corpo docente, discente e técnico-administrativo da UFRA e por obras elaboradas a partir de convênio ou colaboração entre a instituição e outros órgãos publicados em autoria e/ou coautoria.
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https://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/riufra/2725
Title: | Mineração artesanal de ouro na Amazônia: cronossequência e contaminação por mercúrio. |
Advisor: | SOUZA, Edna Santos de |
Authors: | SOUSA, Tássia Luciane Ferreira de |
Keywords: | Mercúrio no solo Mineração de repasse Mineração artesanal Risco ambiental - Saúde Mercúrio - Solo Soil mercury Remining Environmental and human health risk |
Issue Date: | 2025-08-05 |
Publisher: | UFRA - Campus Belém |
Citation: | SOUSA, Tássia Luciane Ferreira de. Mineração artesanal de ouro na Amazônia: cronossequência e contaminação por mercúrio. Orientadora: Dra Edna Santos de Souza. 2025. 69 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2025. Disponível em: https://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/riufra/2725. Acesso em: . |
Resumo: | A mineração artesanal em pequena escala (MAPE), comumente denominada de garimpo, ocupa aproximadamente 263 mil hectares no Brasil. Na Amazônia, cerca de 85,4% dessas atividades são ilegais e informais. Entre os métodos empregados, destaca-se o uso de mercúrio (Hg) na amalgamação do ouro (Au), um processo que eleva os riscos ambientais e à saúde humana. Muitos garimpos na Amazônia passam por um processo de reexploração denominado mineração de repasse, no qual rejeitos anteriormente explorados são revisitados, promovendo um enriquecimento contínuo de Hg na mesma área ao longo do tempo. O objetivo do estudo foi avaliar as concentrações, os riscos à saúde humana e ambiental e o fracionamento químico do Hg em resíduos de garimpos de ouro e solos de florestas no município de São Félix do Xingu, Pará. Para isso, foram coletadas amostras em garimpos ativos e desativados com diferentes idades dos resíduos: G1 (ativo), G2 (inativo há 3 meses), G3 (inativo há 1 ano), G4 (inativo há 2 anos), G5 (inativo há 8 anos) e G6 (inativo há 20 anos), além de áreas de florestas nativa. Foram realizadas análises de determinação das concentrações pseudototais de Hg, Fe e Al por meio de digestão ácida e detecção via MP AES com gerador de hidretos. Também foram calculados os índices de enriquecimento, geoacumulação, risco ecológico potencial e risco à saúde humana. O fracionamento químico do Hg foi realizado utilizando o protocolo BCR adaptado de extração sequencial. Os resultados foram submetidos a análise estatística descritiva e análise de componentes principais (PCA) para avaliar as relações entre os elementos e as diferentes áreas amostradas. Os resultados demonstraram que tanto as áreas de florestas quanto os garimpos, independentemente do tempo de inatividade, apresentaram concentrações elevadas de Hg, entre 4,5 mg kg-1 e 64,8 mg kg-1. Nas áreas de garimpo, o Hg apresentou forte correlação com Fe e Al, enquanto nas áreas de floresta a relação foi mais evidente com pH, MO e CTC. Os índices de poluição indicaram níveis alarmantes de contaminação nas áreas de estudo, confirmando um alto risco ecológico potencial. Além disso, os índices de risco à saúde humana apontaram valores superiores a 1 para crianças e adultos, indicando risco significativo de exposição. O fracionamento químico revelou que a fração residual foi predominante na maioria das áreas, especialmente em G6. Entretanto, frações mais móveis do Hg (solúvel em água e redutível) representaram entre 11,8% e 33,8% do total, sugerindo alta mobilidade e risco de dispersão no meio ambiente. Diante disso, o Hg presente nos resíduos de garimpos e nas áreas de florestas apresentam elevadas concentrações, potencial de contaminação ambiental e riscos à saúde humana. A persistência desse contaminante em frações móveis reforça a necessidade de monitoramento contínuo e implementação de estratégias para mitigação dos impactos ambientais associados à mineração artesanal na Amazônia. |
Abstract: | Artisanal and small-scale gold mining (ASGM), commonly referred to as garimpo in Brazil, covers approximately 263,000 hectares in the country. In the Amazon region, around 85.4% of these activities are illegal and informal. One of the main techniques used is the application of mercury (Hg) for gold (Au) amalgamation, a process that significantly increases environmental and human health risks. Many mining sites in the Amazon undergo a process of re-mining known as mineração de repasse, where previously explored tailings are revisited, leading to continuous mercury enrichment in the same area over time. This study aimed to evaluate mercury concentrations, environmental and human health risks, and mercury chemical fractionation in gold mining residues and forest soils in the municipality of São Félix do Xingu, Pará, Brazil. Samples were collected from active and inactive mining sites with varying tailings ages: G1 (active), G2 (inactive for 3 months), G3 (inactive for 1 year), G4 (inactive for 2 years), G5 (inactive for 8 years), and G6 (inactive for 20 years), in addition to native forest areas. Pseudo-total concentrations of Hg, Fe, and Al were determined through acid digestion and detection via MP-AES with a hydride generator. Enrichment factor, geoaccumulation index, potential ecological risk index, and human health risk index were also calculated. Mercury chemical fractionation was performed using a modified BCR sequential extraction procedure. Data were analyzed using descriptive statistics and principal component analysis (PCA) to assess relationships between elements and sampled areas.Results showed that both forest and mining areas, regardless of inactivity time, exhibited high Hg concentrations, ranging from 4.5 to 64.8 mg kg⁻¹. In mining areas, Hg showed a strong correlation with Fe and Al, while in forest soils, it correlated more with pH, organic matter, and cation exchange capacity (CEC). Pollution indices indicated alarming levels of contamination, confirming a high potential ecological risk. Additionally, human health risk indices exceeded 1 for both children and adults, indicating a significant risk of exposure. Chemical fractionation revealed that the residual fraction was predominant in most areas, especially in G6. However, more mobile Hg fractions (water-soluble and reducible) accounted for 11.8% to 33.8% of the total, suggesting high mobility and environmental dispersion risk. These findings demonstrate that mercury in both mining residues and forest areas is present at elevated concentrations, poses contamination potential, and represents significant human health risks. The persistence of Hg in mobile fractions underscores the urgent need for continuous monitoring and the implementation of mitigation strategies to address the environmental impacts of artisanal gold mining in the Amazon. |
URI: | https://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/riufra/2725 |
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